Promoção dos modos sustentáveis de transporte no acesso à Ilha de Faro

A ilha é um espaço natural de excelência, que deve ser preservado. A primeira infraestrutura que se encontra ao entrar na ilha é um parque de estacionamento, que cria, direta e indiretamente, pressão sobre os ecossistemas.

A limitação do número de veículos que entra na ilha e a consequente redução da necessidade de estacionamento seria uma oportunidade para a revitalização deste espaço, tornando-o num local mais agradável para a prática de turismo. A ponte deveria estar preferencialmente direcionada para a deslocação em modos sustentáveis (os autocarros passariam a poder entrar na ilha).

Em época alta, o tráfego de veículos individuais motorizados para a Ilha de Faro deve ser limitado a residentes, operações de cargas e descargas, veículos prioritários, acesso ao parque de campismo e determinados grupos de atividades económicas, nomeadamente os pescadores.

Por uma questão de coerência e integração de medidas, torna-se imprescindível a implementação de um parque de estacionamento no exterior da Ilha (construído no período que mediou entre a fase de caracterização e diagnóstico e a que ora se apresenta), cuja localização pode ser observada na Figura 78 (tem uma capacidade entre 900 a 1000 lugares). O percurso pedonal entre este parque e a ilha deve ser revitalizado, sendo que os passeios devem ter uma largura considerável e estar preparados para uma acessibilidade universal.

Depois de ser feita uma análise à frequência das linhas de transporte coletivo rodoviário com percursos no eixo “parque de estacionamento-Ilha de Faro”, chegou-se à conclusão que a mesma é quase sempre superior a 15 minutos (tempo de deslocação médio a pé entre o parque proposto e a Ilha). Como um aumento da frequência neste troço iria implicar igualmente um aumento nos restantes troços dos percursos das linhas (nos quais, provavelmente, a procura não justifica esta opção), recomenda-se um serviço de transporte específico para este troço, podendo eventualmente ser concessionado a privados.

Propõe-se que, em época alta, o parque de estacionamento seja tarifado e que o preço inclua o serviço de transporte supracitado. Em época baixa, de forma a não se prejudicar a atividade económica da ilha, pode-se considerar a possibilidade de o parque de estacionamento ser gratuito e o acesso à ilha ser feito sem restrições.

Aos residentes na ilha que não têm garagem própria, propõe-se a atribuição de um cartão de estacionamento por fogo de residência que permita o estacionamento na via pública: avenças para residentes, sem custos ou a custos muito reduzidos. Os pescadores que comprovem a sua atividade deverão igualmente poder estacionar e entrar com automóveis na ilha. Para o controlo do acesso à ilha por automóvel recomenda-se um sistema de barreiras removíveis (que só descem para os grupos previamente autorizados), à semelhança do proposto para as zonas pedonais. Pensa-se que o estacionamento na ilha merece um regulamento específico para o efeito.

O parque de estacionamento localizado no interior da ilha (na entrada da mesma – ver Figura 79, que atualmente tem mais de 200 lugares, deverá ser repensado quanto à sua dimensão (estes lugares poderão substituídos, total ou parcialmente, pelo parque no exterior da Ilha). Em todas as vias da ilha poderão circular bicicletas em coexistência com o tráfego automóvel. Assim, deverá ser implementado um número significativo de cicloparques (além do ponto de bike-sharing já referido no capítulo relativo às bicicletas).

Figura 77

Figura 77 | Vista do exterior para a ilha e da ilha para o exterior Fonte: mpt®, 2016.

Figura 78

Figura 78 | Localização do novo parque de estacionamento Fonte: mpt®, 2016.

Figura 79

Figura 79 | Localização do parque existente na entrada ilha Fonte: mpt®, 2016.