Criar parques de estacionamento nas entradas do perímetro urbano (dissuasores da entrada de automóveis na cidade), em coordenação com o sistema de Transporte Coletivo Rodoviário A maioria dos movimentos de entrada na cidade de Faro são realizados em transporte individual motorizado. A crescente utilização do transporte individual resulta, em muitos casos, da oferta insuficiente de transporte público, principalmente nas deslocações em que a origem/destino se situa em zonas de baixa procura. Neste sentido, a existência de parques localizados nas entradas/saídas da cidade, em complementaridade com o uso do transporte público, são dissuasores da entrada de veículos nas zonas centrais da cidade.
O presente plano propõe assumir um parque existente como dissuasor, bem como a criação de três novos parques nas principais entradas da cidade, onde existe fácil acesso ao transporte coletivo rodoviário, e um parque localizado no eixo que dá acesso à Ilha de Faro. Assim, promove-se a complementaridade entre diversos modos de transporte – intermodalidade – através de cadeias de deslocação, utilizando, de forma otimizada, as especificações de cada modo de transporte (automóvel-parque dissuasor-autocarro-marcha a pé).
Esta medida é designada por park&ride e a bilhética, tal como foi referido na medida relativa à integração da mesma, deverá ser introduzida. Esta é uma das ações mais importantes do Plano pois permite que ações como a tarifação do estacionamento nas zonas centrais da cidade ou a redução das faixas para automóveis sejam realizáveis. Por outro lado, têm de ser oferecidas alternativas de excelência ao automóvel, nomeadamente um bom transporte coletivo rodoviário e uma rede ciclável coerente e contínua. Salienta-se, que este tipo de estacionamento poderá ser de longa duração.
Figura 82 | Exemplo de parque dissuasor e distâncias/tempo compatíveis com a marcha a pé. Fonte: mpt®, 2016.
A proposta para a localização destes parques de estacionamento de longa duração teve em conta, de um modo geral os seguintes fatores: localização nas entradas da cidade, existência de oferta de transporte público urbano com elevada frequência, fácil acesso à rede viária urbana e interurbana, parques já existentes e disponibilidade de espaço. Propõe-se que os parques tenham inicialmente, no mínimo, 100 lugares (deverá ser reservado espaço para uma futura expansão).
Além dos parques situados nas entradas da cidade, propõe-se ainda, tal como já foi referido anteriormente, um parque dissuasor da entrada de veículos na ilha de Faro (este deverá conter entre 900 a 1000 lugares). Neste sentido, foram propostos cinco parques dissuasores (ver figura seguinte):
- Parque próximo à plataforma intermodal;
- Parque existente próximo ao Teatro das Figuras e Parque Ribeirinho; Parque próximo à entrada da EN2 na cidade;
- Parque próximo à antiga EN125 – eixo Faro-Olhão;
- Parque próximo da Ilha de Faro.
Figura 83 | Localização dos parques dissuasores propostos para a cidade de Faro e seu enquadramento com a oferta atual de transporte coletivo rodoviário/tempos de deslocação a pé. Fonte: mpt®, 2016.
Tal como se pode observar, apesar de existir oferta de transporte público nas proximidades de todos os parques, torna-se necessário que esta exista dentro dos mesmos. Existem, portanto, duas opções: ou se redefine os itinerários dos circuitos existentes ou se incluem novos circuitos.
Pensa-se que a primeira opção é a mais viável tanto por motivos financeiros como pelo facto de não ser necessário um acréscimo significativo no número de quilómetros percorridos mensalmente. Estes parques deverão ter pontos de partilha de bicicletas, já previstos no capítulo referente às mesmas.